O cão mal desenhado, Dinalivro, 2005
25 cm. x 25 cm. 32 págs.
Texto e ilustrações: Emma Dodson
Tradução: Suzana Ramos
Era uma vez um cão que achava que era muito mal desenhado, cheio de rabiscos e com os olhos mal acabados. Um dia, ia ele ter com o amigo, quando passou pelo estúdio de um artista e resolveu entrar. Perguntou-lhe se o poderia desenhar melhor. O artista deitou mãos à obra e pintou-o ao estilo Picasso.
Mal saiu foi de encontro a um candeeiro devido aos seus olhos desenquadrados e ainda furou uma bola de futebol com as suas novas patas pontiagudas. Não podia ficar assim!
Decidiu voltar ao estúdio do artista e este pintou-o ao estilo Van Gogh, tão ofuscante que o amigo Tomás não conseguia sequer olhar para ele.
Regressou novamente ao estúdio e desta vez o artista, já impaciente, pintou-o ao estilo Warhol, mas o mundo parecia estar a abarrotar de cães semelhantes. Então o Tomás, que tinha saudades do seu amigo de sempre, indicou-lhe a solução: voltar à menina que o tinha inventado para que ela o rabiscasse e pudesse assim regressar ao seu próprio estilo.
É um livro muito bem conseguido nas suas duas vertentes. Em primeiro lugar apresenta uma história bem estruturada sobre uma personagem que não gostava de ser como era mas que percebeu que se sentia melhor sendo ela própria do que alguém criado artificialmente. Em segundo lugar, O cão mal desenhado é o melhor livro sobre arte destinado a crianças que encontrei até hoje. De uma maneira natural (nada informativa) o livro faz uma introdução à obra de alguns artistas (sem mencionar os seus nomes), trata da relação do artista com a sua obra, da relação da arte com o público e, em última análise, aborda também o próprio conceito de arte. Enfim, questões essenciais que podemos ir introduzindo e discutindo com os mais novos.
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