Só um golinho, rã, Gatafunho, 2006
26,3 cm x 21,7 cm 25 págs.
Texto e ilustração:
Piet Grobler
"Está muito calor. O Elefante borrifa-se com água". Assim começa Só um golinho, rã! e é nesse pano de fundo que a protagonista cede ao impulso de beber toda a água que encontra, secando poças, charco, ribeiro, poço e rio. Num ápice, os animais da savana ficam sem a preciosa água de que tanto precisam para resistir ao calor. Então vão, zangados, reclamar a sua água junto da inchada rã, mas esta não dá o braço a torcer. Os animais planeiam uma estratégia: cada um vai tentar convencer a rã com os seus argumentos (uma estrutura semelhante à que foi usada em O Bebé de Fran Manushkin). Quando chega a vez das enguias, estas vão enrolar-se à volta dela fazendo-lhe tantas cócegas que finalmente a água começa a jorrar da sua boca. Tudo volta à normalidade e quando nos dias quentes a rã se aproxima da água, os animais avisam: só um golinho, rã!
Trata-se de uma história engraçada sobre a partilha e sobre formas simpáticas de resolver conflitos, mas onde este livro faz a diferença é na qualidade das ilustrações. Para além de encontrarmos animais que fogem ao lugar comum, tais como a gazela, as enguias e vários tipos de aves (note-se que o autor nasceu e cresceu em contacto com a natureza numa quinta da África do Sul), por outro lado, ninguém fica indiferente à expressividade das imagens, que convencem o leitor, que contam e ultrapassam o próprio texto.
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