Pequeno azul e pequeno amarelo, Kalandraka, 2008 [1959]
22.5 cm. x 22.5 cm. 42 págs.
Texto e ilustrações: Leo Lionni
Normalmente cá em casa não se faz isto aos livros. Mas há alguns que não escapam.
Em 1992 Daniel Pennac publicava o ensaio Como um romance onde enunciava os dez direitos inalienáveis do leitor: o direito de não ler, o direito de saltar páginas, o direito de não acabar um livro, o direito de reler, o direito de ler não importa o quê, o direito de amar os heróis dos romances, o direito de ler não importa onde, o direito de saltar de livro em livro, o direito de ler em voz alta e, finalmente, o direito de não falar do que se leu. Bem se podia acrescentar mais um a esta lista: o direito dos mais novos a riscar e rasgar livros. Precisam de o fazer uma ou algumas vezes para perceberem que podem ficar sem eles.
Este que hoje sugiro é um livro que trata da história de amizade do pequeno azul e do pequeno amarelo. São muito amigos e estão sempre a brincar. Um dia dão um abraço tão forte que se tornam verdes (o milagre das cores!). Os pais do pequeno azul não reconhecem o filho, o que também acontece com os pais do pequeno amarelo. Sentindo-se abandonados, os dois amigos desatam a chorar até se desfazerem por completo em lágrimas azuis e amarelas. Agora o pequeno azul e o pequeno amarelo estão de volta e as famílias dos dois ficam felizes quando os reencontram. E enquanto se abraçam descobrem o que tinha acontecido...
É um convite ao poder de abstracção da criança, mesmo das mais pequeninas, em que bolinhas de cor são meninos com hábitos, capacidade de interacção e sentimentos. Um clássico daqueles que também nós gostamos de ter e ler.
Sem comentários:
Enviar um comentário