Literatura infantil para todos.

ARQUIVO DO BLOGUE NO FIM
v. 2 Criei o Triciclo de papel porque sentia necessidade de escrever sobre livros infantis e partilhar o que penso com outras pessoas. É um blogue não académico, não institucional, talvez (espero) mais um contributo para a divulgação da literatura infantil.

v.1 Triciclo de papel
é um blogue dedicado à literatura infantil, publicada em Portugal e Espanha, considerada na sua função didáctica e formativa e, como não podia deixar de ser, perspectivada de uma forma lúdica.
O subtítulo literatura infantil para todos remete para os nossos filhos, para os nossos alunos, mas também para nós, que muitas vezes não temos tempo para ler senão os livros supostamente dedicados a eles.

11/04/11

Pequeno azul e pequeno amarelo


Pequeno azul e pequeno amarelo, Kalandraka, 2008 [1959]
22.5 cm. x 22.5 cm.             42 págs.


Texto e ilustrações: Leo Lionni


Normalmente cá em casa não se faz isto aos livros. Mas há alguns que não escapam.
Em 1992 Daniel Pennac publicava o ensaio Como um romance onde enunciava os dez direitos inalienáveis do leitor: o direito de não ler, o direito de saltar páginas, o direito de não acabar um livro, o direito de reler, o direito de ler não importa o quê, o direito de amar os heróis dos romances, o direito de ler não importa onde, o direito de saltar de livro em livro, o direito de ler em voz alta e, finalmente, o direito de não falar do que se leu. Bem se podia acrescentar mais um a esta lista: o direito dos mais novos a riscar e rasgar livros. Precisam de o fazer uma ou algumas vezes para perceberem que podem ficar sem eles.
Este que hoje sugiro é um livro que trata da história de amizade do pequeno azul e do pequeno amarelo. São muito amigos e estão sempre a brincar. Um dia dão um abraço tão forte que se tornam verdes (o milagre das cores!). Os pais do pequeno azul não reconhecem o filho, o que também acontece com os pais do pequeno amarelo. Sentindo-se abandonados, os dois amigos desatam a chorar até se desfazerem por completo em lágrimas azuis e amarelas. Agora o pequeno azul e o pequeno amarelo estão de volta e as famílias dos dois ficam felizes quando os reencontram. E enquanto se abraçam descobrem o que tinha acontecido...
É um convite ao poder de abstracção da criança, mesmo das mais pequeninas, em que bolinhas de cor são meninos com hábitos, capacidade de interacção e sentimentos. Um clássico daqueles que também nós gostamos de ter e ler.

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