Literatura infantil para todos.

ARQUIVO DO BLOGUE NO FIM
v. 2 Criei o Triciclo de papel porque sentia necessidade de escrever sobre livros infantis e partilhar o que penso com outras pessoas. É um blogue não académico, não institucional, talvez (espero) mais um contributo para a divulgação da literatura infantil.

v.1 Triciclo de papel
é um blogue dedicado à literatura infantil, publicada em Portugal e Espanha, considerada na sua função didáctica e formativa e, como não podia deixar de ser, perspectivada de uma forma lúdica.
O subtítulo literatura infantil para todos remete para os nossos filhos, para os nossos alunos, mas também para nós, que muitas vezes não temos tempo para ler senão os livros supostamente dedicados a eles.

03/05/11

Como aprender a voar?


Como aprender a voar? Plátano Editora, Maio de 2005  [2004]
21,5 cm. x 22 cm.          26 págs.


Texto e ilustrações: Coby Hol


Os pais melros constroem o ninho e semanas mais tarde nascem três passarinhos. Crescem muito depressa porque não param de comer, até que chega a altura de voar. Totti ainda não se sente preparado por isso fica sozinho no ninho, na noite escura. Na manhã seguinte decide experimentar. No entanto, ao lançar-se, cai desamparado no chão. Torna-se, então, amigo de um caracol, que o anima e, depois de algum treino, dá por si, finalmente, a voar. O amigo caracol é muito diferente e tem também interesses muito diferentes, mas o que importa é que tem um amigo.
A história de Totti é a de um pequeno melro que, por força das circunstâncias parte à descoberta de si próprio, das suas limitações mas também das suas qualidades. Quando a família deixa de estar presente, Totti percebe que tem de procurar o seu caminho. 
Sem dramas, sem se centrar no tema da perda/ausência da família, Coby Col aborda a questão do percurso individual, no qual a socialização assume um papel fundamental. A curiosidade natural de Totti por tudo o que o rodeia vai permitir-lhe conhecer e aceitar as diferenças e enfrentar o mundo de uma maneira mais confiante.


É um livro que me chama a atenção porque tem qualquer coisa de desconfortável. Gosto de livros assim. Livros que atingem os sentidos, livros que põem campainhas a tocar, mesmo ao de leve. São esses que provocam questões. Não lançam questões, provocam questões, que é diferente. Desta forma, cada leitor poderá indagar à medida das suas vivências, necessidades, maturidade... poderá apropriar-se do livro, torná-lo seu.

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