A lebre e a tartaruga, Caminho, 2ª ed., s.d. [1998]
24,6 x 28,5 cm. 40 págs.
Texto e ilustrações: Helen Ward
Tradução: António Pescada
"Era uma vez uma lebre muito veloz... e uma tartaruga muito lenta. [...]
Um dia em que a lebre ia a correr descuidadamente, tropeçou na tartaruga e deu um trambolhão para cima de uma moita espinhosa que a magoou. [...]
A lebre gritou com a tartaruga. [...]
A lebre chamou vagarosa e estúpida à tartaruga. A tartaruga não disse o que pensava da lebre. Em vez disso, desafiou a lebre para uma corrida. A lebre riu-se tanto que se magoou ainda mais. [...]
Mas embora a lebre não fosse suficientemente veloz para vencer a corrida, corria demasiado depressa para parar. Caiu numa moita ainda mais espinhosa que antes... Mas desta vez não disse nada."
A fábula da lebre e da tartaruga contada e ilustrada por Helen Ward é aqui apresentada com uma linguagem renovada, transparente (como definir as palavras?) no sentido em que utiliza um corpo substancial de palavras com a elegância e a leveza de uma prima bailarina. Isto para dizer que a linguagem é muito clara, acertada, mas igualmente sugestiva, conferindo o espaço devido ao leitor, sem fechar a história por completo. Nesse sentido, não posso deixar de destacar a figura da moita espinhosa que adquire, por um lado, um papel quase humano como elemento punitivo, mas que pode igualmente ser entendida como metáfora da própria condição (humana) da lebre: do seu orgulho magoado à humildade do reconhecimento do erro.
Para além disso, esta conhecida fábula de Esopo resulta num esplêndido álbum sobre animais, no qual belos desenhos se conformam para dar vida a um sem número de expressivas criaturas vindas "de todos os cantos da Terra".
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