Literatura infantil para todos.

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v. 2 Criei o Triciclo de papel porque sentia necessidade de escrever sobre livros infantis e partilhar o que penso com outras pessoas. É um blogue não académico, não institucional, talvez (espero) mais um contributo para a divulgação da literatura infantil.

v.1 Triciclo de papel
é um blogue dedicado à literatura infantil, publicada em Portugal e Espanha, considerada na sua função didáctica e formativa e, como não podia deixar de ser, perspectivada de uma forma lúdica.
O subtítulo literatura infantil para todos remete para os nossos filhos, para os nossos alunos, mas também para nós, que muitas vezes não temos tempo para ler senão os livros supostamente dedicados a eles.

16/05/11

A lebre e a tartaruga


A lebre e a tartaruga, Caminho, 2ª ed., s.d. [1998]
24,6 x 28,5 cm.        40 págs.


Texto e ilustrações: Helen Ward
Tradução: António Pescada


"Era uma vez uma lebre muito veloz... e uma tartaruga muito lenta. [...]


Um dia em que a lebre ia a correr descuidadamente, tropeçou na tartaruga e deu um trambolhão para cima de uma moita espinhosa que a magoou. [...]


A lebre gritou com a tartaruga. [...]


A lebre chamou vagarosa e estúpida à tartaruga. A tartaruga não disse o que pensava da lebre. Em vez disso, desafiou a lebre para uma corrida. A lebre riu-se tanto que se magoou ainda mais. [...]


Mas embora a lebre não fosse suficientemente veloz para vencer a corrida, corria demasiado depressa para parar. Caiu numa moita ainda mais espinhosa que antes... Mas desta vez não disse nada."


A fábula da lebre e da tartaruga contada e ilustrada por Helen Ward é aqui apresentada com uma linguagem renovada, transparente (como definir as palavras?) no sentido em que utiliza um corpo substancial de palavras com a elegância e a leveza de uma prima bailarina. Isto para dizer que a linguagem é muito clara, acertada, mas igualmente sugestiva, conferindo o espaço devido ao leitor, sem fechar a história por completo. Nesse sentido, não posso deixar de destacar a figura da moita espinhosa que adquire, por um lado, um papel quase humano como elemento punitivo, mas que pode igualmente ser entendida como metáfora da própria condição (humana) da lebre: do seu orgulho magoado à humildade do reconhecimento do erro.
Para além disso, esta conhecida fábula de Esopo resulta num esplêndido álbum sobre animais, no qual belos desenhos se conformam para dar vida a um sem número de expressivas criaturas vindas "de todos os cantos da Terra".

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